31 de março de 2015

Mangá Review: O Maestro


O Maestro foi um mangá lançado no segundo semestre de 2014 pela Editora Panini. Com um total de 4 volumes e sendo um shoujo de mistério, ele é uma adaptação de uma obra de Manabu Kaminaga (mesmo autor de Psychic Detective Yakumo, outro shoujo de mistério lançado pela panini) para os quadrinhos, feita por Nokiya. Foi lançado originalmente pela KadokawaShoten, na revista Asuka e no Brasil manteve a qualidade padrão de outros títulos da editora, custando R$11,90.

Sinopse

“Os pesadelos de Naomi Kuchiki levam a jovem flautista a buscar a ajuda de um misterioso psicólogo. Ishikura investiga o caso de uma múmia sem cabeça em um apartamento vazio. E Yuuki, após um intercâmbio problemático, se torna o maestro substituto de um musical prestes a entrar em cartaz. Quando as histórias se entrelaçam, abrem-se as cortinas de uma tragédia inimaginável...”– Sinopse contida no volume 1 do mangá.

Roteiro e desenvolvimento

Mistério é um gênero que, há um tempo, vem ganhando um espaço no mercado nacional de mangás. Muitos mangás que se enquadram no gênero foram lançados por diferentes editoras no país nos últimos dois anos e eu, como fã do gênero, li a grande maioria deles.

Sendo este um gênero delicado, pois o final exerce grande importância para a trama, dado que ele será o que muitas vezes definirá a qualidade da história (ou seja, o desenvolvimento só será considerado se o final for condizente com o mesmo), muitos dos mangás do gênero decepcionaram justamente nesse ponto.

Quando peguei O Maestro, por ser um mangá curto, fiquei com receio, já que isso talvez implicasse em um desenvolvimento corrido e falho, no entanto, dei um voto de confiança por ser uma história criada pelo mesmo autor de Yakumo, mangá que também coleciono e gosto muito.

Não me arrependo.

O Maestro, em todos os quatro volumes, mostra um desenvolvimento coerente com o final. Logo, afirmo, O Maestro é um excelente mangá.


Apesar da trama se desenrolar envolta do passado dos personagens e do atual caso da múmia sem cabeça introduzido no volume 1, o ponto mais forte dele é de longe os personagens. É incrível observar como o autor consegue unir todas as histórias que parecem se desenrolar de forma individual, fazendo com que tudo o que aconteceu até ali fizesse sentido. Todos os personagens são importantes. Todos eles desempenham funções que no final, chegarão à resolução do caso, o final do espetáculo.

Aparentemente antipáticos, a probabilidade de se criar qualquer tipo de afeição com os personagens é bem pequena, o que não é algo ruim. Criando uma aversão no leitor com os personagens, o autor faz com que desconfiemos de suas atitudes, questionemos seus atos e que fiquemos curiosos em relação a suas escolhas, coisas devidamente importantes para um mistério, sendo este o segundo ponto positivo de O Maestro.

Chegará um momento em que você não saberá quem é o culpado, se há um culpado ou se existe algo maior por trás daquilo. Nada é claro, objetivo e isso faz com que mergulhemos nessa história de cabeça, ficando cada vez mais curiosos para saber o que de fato aconteceu e acontece ali.

Ainda falando dos personagens, todos eles têm um background por trás daquilo tudo. O mangá não só foca em desenvolver o mistério que os envolve como desenvolver os mesmos como pessoas. Eles têm uma vida, seus próprios problemas e preocupações e suas próprias crises. O que torna a história de fato muito rica em relação ao mundo construído para ela.


Agora, falando sobre o mistério em si, ele é excelente. Todas as perguntas são respondidas e o autor não deixa nenhuma ponta solta, fazendo com que a experiência naquela leitura seja completamente satisfatória. É importante ressaltar que todos os detalhes mostrados em seus volumes nos ajudem montar aquele quebra-cabeça, somando mais um ponto para o mangá.

A arte

O Maestro é, além de um mistério, uma história sobre musicistas. Quando especializados em música clássica, um músico precisa, durante suas apresentações, parecer adequado a sua função, ou seja, ele precisa estar galante. A arte de O Maestro, apesar de simples, cumpre muito bem a função que deveria, pois é uma arte charmosa, adequando-se perfeitamente ao mundo da obra.

As Capas



Impressões finais

Como já dito, O Maestro é um excelente mangá, mostrando um desenvolvimento instigante e levando o leitor a imergir cada vez mais na história. O final condiz com o desenvolvimento e se mostra coerente e excepcional, juntando cada peça solta naquela história. Os personagens, como muito explanado aqui, guiam o espetáculo de forma que o clímax seja surpreendente e a sensação que se tem após o último volume é de que tudo aquilo fez sentido, ficou completo, fechado e que acabou onde deveria acabar. A arte também é condizente com a história, sendo ela simples, mas adequada ao tema que a história propõe.

Sem mais o que dizer, o mangá é altamente recomendado.

Por José Alonso

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